terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bolsa da Dilma


A jornalista Anna Ramalho escreveu na sua coluna no Jornal do Brasil o seguinte texto, que está circulando na internet: “A ministra Dilma Rousseff, em foto publicada anteontem n’ O Globo, deve ter se esquecido de esconder a bolsa – tamanha foi a bronca no assessor do Geddel. Trata-se de uma Kelly, grife Hermès, criada em homenagem à princesa Grace, e objeto de consumo das milionárias mundo afora.
Detalhe: a bolsa não custa menos de 4.700 euros – cerca de R$ 14 mil. Portanto… Quem ainda teme a revolucionária dos anos 70 pode ficar tranquilo. Não se usa uma Kelly impunemente.”
Para comprar a bolsinha que ela usa, o trabalhador brasileiro tem que trabalhar dois anos, sem comer, sem morar, investindo tudo na bolsinha da ministra boazinha do PAC, numa farsa de quem quer parecer popular. Mas que na verdade, depois de guerrilheira, o que ela virou foi uma aproveitadora do dinheiro público para uso de luxos 'burgueses'."

Tudo bem, Anna Ramalho: a bolsa Kelly é realmente cara, luxo para poucos. Mas daí a dizer que a ministra Dilma não pode, com o salário que tem, adquirir honestamente um produto como esse, é patrulhamento demais. E escrever que, para isso, está se aproveitando do dinheiro público, chega a ser maldade.
Os tempos mudaram: os revolucionários brasileiros, os guerrilheiros que assaltaram bancos para sustentar a luta armada e combater a ditadura, serviram aos ideais dos anos 70. Já pensou se Gabeira, até hoje, usasse tanguinha de crochê na praia? O embate político atual, bom ou ruim, não quero entrar no mérito, se processa no território das ideias.
De mais a mais, um texto como esse atesta um enorme preconceito contra o mercado de luxo que, como ensina o mestre do assunto, Carlos Ferreirinha, tem seu maior potencial na classe média aspiracional. Até parece que a ministra presidenciável, alvo da mídia como é, estava preocupada em esconder a bolsinha...

Um comentário:

Davi Luiz disse...

Muito Bom!!!
Concordo!
Muito bom o blog, parabéns