segunda-feira, 18 de abril de 2011

Estranho na moda


O estranho na moda, livro da jornalista capixaba Silvana Holzmeister, lançado no sábado passado em BH, é leitura obrigatória para todos que trabalham na área e que querem ir mais fundo nesse território. Atual editora de Projetos Especiais da revista Vogue, a também professora, que batalha no métier há 18 anos, tem um currículo bacanérrimo: começou como editora de Moda e Cultura no jornal A Gazeta, de Vitória, onde criou e coordenou o curso de pós-graduação em Moda da Universidade Vila Velha.
Fez o mestrado em Moda, Cultura e Arte pelo Centro Universitário Senac SP e deixou a cidade natal para comandar a redação da extinta revista L'Officiel - de lá foi parar na Vogue.
O livro é fruto da sua dissertação de mestrado e foi publicado pela Estação das Letras e Cores, comandada por Káthia Castilho, responsável pela publicação de outras excelentes obras, referências bibliográficas importantes no estudo da moda como fenômeno contemporâneo.
Na apresentação da jornalista e professora Elle Alves, outra expert no assunto, "Silvana focaliza sua lupa nas principais alterações comportamentais que aconteceram nos anos 1990, muitas vezes em comparação alinhada com as semelhantes instabilidades sociais experimentadas cem anos antes".
Como diz a autora, a década de 1990 mudou para sempre o universo imagético da moda. Época do visual heroin chic, cuja musa maior foi Kate Moss; de fotógrafos como Corinne Day, David Sims e Juergen Teller; de criadores arrojados como Hussein Chalayan e Alexander McQueen; da excêntrica Isabela Blow, O estranho na moda foge daqueles trabalhos acadêmicos tediosos - ao contrário, é um documento precioso de leitura fácil e agradável.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Talento na MTP

Costumo contar, com orgulho, que quando comecei no mundo da moda, ela também estava dando os primeiros passos em Belo Horizonte e no Brasil. Da criação do famoso Grupo Mineiro à primeira semana fashion do país, patrocinada pela Leslie e promovida por Eloysa Simão - hoje à frente do Fashion Business -, passando por vários movimentos importantes, undergrounds como o Mercado Mundo Mix, ou mais organizados, como o Morumbi Fashion/São Paulo Fashion Week.
Cobri não sei quantos eventos, fiz milhares de reportagens, e vi muita gente boa começando no mercado. Muitos jovens, cheios de sonhos, que chegavam, timidamente, à redação do Estado de Minas, para mostrar seus trabalhos.Poderia citar vários, mas hoje fico com Luis Cláudio, proprietário e estilista da Apartamento 03. Ele veio através de Mary Figueiredo/Mary Design, que estava fazendo a "cabeça" de um traje com o qual ele participaria do concurso de uma revista - acho que inspirado no quadro Café, de Portinari. Daí para a frente, o menino humilde e talentoso, que trabalhava com projetos para cozinhas, não saiu mais da minha vida profissional e pessoal. Acompanho passo a passo a carreira dele, mas sempre me surpreendo com a sofisticação de suas criações, com o rigor, com o gosto pelas dificuldades da costura, com o desafio em ir além das matérias primas. Luis Cláudio/Apartamento 03 são uma uma das atrações do Minas Trend Preview, que começa no dia 11 de maio, no Expominas. Será mais uma oportunidade para ver roupas primorosas desfilarem pela passarela.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vera Motta - conhecem?


Há cerca de um ano e meio, fui a São Paulo para dar uma conferida na feira da Sarah Vaintraub, o Encontro da Moda Feminina. E, entre as boas surpresas que esse tipo de evento sempre revela, me deparei com a marca Vera Motta, de Monte Sião.
Fiquei realmente encantada com o trabalho da proprietária e estilista, Vera Lúcia Motta, responsável por um tricô contemporâneo bem trabalhado em peças criativas e versáteis.
Lembro-me que amei um casaqueto estilo Chanel, que ficou fazendo falta no meu guarda-roupa, apesar das tentativas que fiz para comprá-lo.
Mas, de maneira geral, gostei muito de tudo o que vi no estande.
O que me fez pensar que o mundo mudou, as fronteiras se estreitaram, a internet ampliou os horizontes. Foi-se o tempo em que a pesquisa de moda era restrita a um grupo de privilegiados, que podiam viajar literalmente para copiar os modelitos lá de fora.
É claro que isto foi nos meados dos anos 1980, quando a moda no Brasil estava começando a despontar.
Atualmente, todos têm acesso à informação para elaborar suas coleções com sucesso.
E que bom saber que o tricô de Monte Sião, antes considerado de carregação, tenha representantes como Vera Motta, que poderia estar em qualquer feira internacional pelos bons produtos que cria.
Hoje, recebi um email marketing da marca mineira sobre a coleção de inverno 2011 e me lembrei do nosso encontro. Resolvi escrever o que deveria ter escrito logo após minha volta a BH - daí ela ser o tema deste post.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Reinício...de novo...

Foi assim, sem querer, que esbarrei neste blog abandonado. E, mais do que isto, comecei a ler os comentários de algumas pessoas que, por um motivo ou outro, os registraram neste minifundio. Fiquei surpresa...me deu vontade de continuar a escrever.
Então, resolvi reiniciá-lo, mas com a mesma filosofia de antes: nada do estilo mulherzinha, tipo querido diário, vogais repetidas (exemplo: adoooro!) e beijos para todos, porque a moçada já invadiu esta praia.
Meu negócio é priorizar conteúdo com um tom mais adulto - o que não impede a gente de brincar - para falar de moda, esta paixão antiga que, até hoje, ainda faz meu coração bater forte; falar de arquitetura, decoração e design; falar de comportamento; falar de - por que não? - de política, de economia, de viagens...
Enfim abrir o leque para os fatos e manifestações contemporâneas, criar um espaço aberto de discussão - afinal, não é este o papel da internet nas sociedades capitalistas do século 21?
Então, fica assim...vamos lá!