terça-feira, 31 de março de 2009
Sonegação e preconceito
Tenho brigado comigo para passar batido no caso Eliana Tranchesi. Mas não consegui. Se por um lado, vejo o lado marginal da transação, todo o esquema traçado para viabilizar o contrabando, a corrupção gritante, por outro vem a pergunta que não quer calar. Mas como? 94 anos e meio de cadeia? Ainda tem este meio, de quebra, para completar.
Tenho lido jornais, revistas, sites e blogs, entrevistas com as mais expressivas autoridades em termos de direito e percebo a mesma perplexidade. 94 anos e meio, sendo que a pena máxima no Brasil é de 30. O que se esconde por detrás dessa pena gigante? Não significaria ela também um forte preconceito contra a área de moda?
A imagem que sempre tive de Eliana foi a de uma mulher aristocrata sim, pela sua própria estirpe, mas dinâmica, trabalhadeira. Uma mulher que herdou um negócio caseiro e soube levá-lo à frente, com sensibilidade fashion e tino comercial. E continuo achando que seu grande mal foi a e-nor-me visibilidade que ganhou ao se transferir da casa da Vila Nova Conceição para o trilhardário endereço atual.
Sempre tenho a impressão que o brasileiro é avesso ao sucesso do outro. Tamanha visibilidade na inauguração da Vila Daslu gerou polêmica, sentimentos diversos, emoções contraditórias. Quando a TV aberta entra na casa de pessoas que ganham salário mínimo, ou nem isso, e mostra produtos com preços absurdos, é natural que algumas dela se indignem. A desigualdade é gritante. O desnível social abissal.
Porém, essas pessoas se esquecem que tamanho poderio movimenta o setor, a economia, a divulgação do país no exterior. Gera empregos em diversas áreas, atrai turismo, paga impostos que, por sua vez, geram bem-estar social (ou deveriam gerar).
Ôpa! Foi aí que a vaca foi para o brejo. Foi aí que os Tranchesi erraram feio.
Em um momento como esse, os mil empregos gerados pela maison, a creche que ela mantém para os filhos dos seus funcionários e todas as outras benesses caem por chão. Ninguém se lembra disso. Fica somente o ato marginal e palavras como contrabando, sonegação, crime.
Vamos ver como o caso evolui. Espero sinceramente que Eliana Tranchesi pague pelos seus abusos. Mas com justiça e imparcialidade.
Tenho lido jornais, revistas, sites e blogs, entrevistas com as mais expressivas autoridades em termos de direito e percebo a mesma perplexidade. 94 anos e meio, sendo que a pena máxima no Brasil é de 30. O que se esconde por detrás dessa pena gigante? Não significaria ela também um forte preconceito contra a área de moda?
A imagem que sempre tive de Eliana foi a de uma mulher aristocrata sim, pela sua própria estirpe, mas dinâmica, trabalhadeira. Uma mulher que herdou um negócio caseiro e soube levá-lo à frente, com sensibilidade fashion e tino comercial. E continuo achando que seu grande mal foi a e-nor-me visibilidade que ganhou ao se transferir da casa da Vila Nova Conceição para o trilhardário endereço atual.
Sempre tenho a impressão que o brasileiro é avesso ao sucesso do outro. Tamanha visibilidade na inauguração da Vila Daslu gerou polêmica, sentimentos diversos, emoções contraditórias. Quando a TV aberta entra na casa de pessoas que ganham salário mínimo, ou nem isso, e mostra produtos com preços absurdos, é natural que algumas dela se indignem. A desigualdade é gritante. O desnível social abissal.
Porém, essas pessoas se esquecem que tamanho poderio movimenta o setor, a economia, a divulgação do país no exterior. Gera empregos em diversas áreas, atrai turismo, paga impostos que, por sua vez, geram bem-estar social (ou deveriam gerar).
Ôpa! Foi aí que a vaca foi para o brejo. Foi aí que os Tranchesi erraram feio.
Em um momento como esse, os mil empregos gerados pela maison, a creche que ela mantém para os filhos dos seus funcionários e todas as outras benesses caem por chão. Ninguém se lembra disso. Fica somente o ato marginal e palavras como contrabando, sonegação, crime.
Vamos ver como o caso evolui. Espero sinceramente que Eliana Tranchesi pague pelos seus abusos. Mas com justiça e imparcialidade.
domingo, 29 de março de 2009
Moda em Beirute
Calcula-se que o número de semanas de moda no mundo chegue a 800. Não duvido. Hoje em dia, em cada ponto do globo, a cada segundo, há um desfile. Até na Ucrânia, antigo reduto da União Soviética, e na China comunista... Agora, quem faz a sua é Beirute, no Líbano. Repare bem no rico modelito para a primavera-verão 2010 criado pelo estilista Akl Fakin. Capturei na Agência Folha, para ilustrar esta nota.
Minas Trend, de novo!
Gente, já vem aí a quarta edição do Minas Trend Preview, entre 28 de abril e 2 de maio, lançando moda para a primavera-verão 2010 e homenageando o ano da França no Brasil. Serão 170 expositores de roupas, sapatos, bolsas, bijuterias e jóias ocupando 8 mil metros quadrados, o que significa, segundo fontes da promoção, um acréscimo de 30%.
O formato é aquele mesmo: desfiles didáticos, palestras e salão de negócios nas tendas montadas à beira da Lagoa dos Ingleses, em Alphaville. Para participar dessa temporada de pré-lançamentos, cada marca deve levar no mínimo 15 peças.
Até aí, tudo bem. O que tenho percebido, no entanto, é que o setor está muito confuso com esta história de pré-lançamentos. O fabricante corre atrás da matéria-prima que precisa, mas o fornecedor ainda não tem como ofertá-la. Como ele faz uma coleção sem os materiais necessários?
Nesta antecipação violenta, o pobre do lojista também sofre: tem que fazer das tripas coração para vender depressa, antes que seja obrigado a liquidar.
Só para se ter uma ideia, até a semana passada, tinha lojista em Beagá que ainda estava colocando o inverno nas vitrines. Daqui há um mês já vai precisar de comprar o verão. Haja capital de giro, haja fôlego. Mas dizem que está dando certo assim. A gente só fica imaginando a que sacrifício!
O formato é aquele mesmo: desfiles didáticos, palestras e salão de negócios nas tendas montadas à beira da Lagoa dos Ingleses, em Alphaville. Para participar dessa temporada de pré-lançamentos, cada marca deve levar no mínimo 15 peças.
Até aí, tudo bem. O que tenho percebido, no entanto, é que o setor está muito confuso com esta história de pré-lançamentos. O fabricante corre atrás da matéria-prima que precisa, mas o fornecedor ainda não tem como ofertá-la. Como ele faz uma coleção sem os materiais necessários?
Nesta antecipação violenta, o pobre do lojista também sofre: tem que fazer das tripas coração para vender depressa, antes que seja obrigado a liquidar.
Só para se ter uma ideia, até a semana passada, tinha lojista em Beagá que ainda estava colocando o inverno nas vitrines. Daqui há um mês já vai precisar de comprar o verão. Haja capital de giro, haja fôlego. Mas dizem que está dando certo assim. A gente só fica imaginando a que sacrifício!
Foto acima: marca Artsy, que estreou na MTP de novembro
sábado, 28 de março de 2009
Retomada com Skazi
Resolvi retomar este blog depois de assistir à palestra O novo conceito-Bijoux-Jóias que Eloysa Simão, promotora do Fashion Rio e organizadora da Minas Trend Preview, ministrou na última quarta-feira, na Fiemg.
Além de traçar um panorama do setor e destacar o trabalho de Tom Binns, o designer americano que vem se destacando na criação de acessórios enormes e maravilhosos, a palestrante falou sobre a importância dos blogs na atualidade. Ao contrário de alguns promotores de eventos que se negam a cadastrar blogs para a cobertura dos seus eventos, a palestante frisou que prestigia esses instrumentos como uma alternativa contemporânea e importante de discutir o mundo fashion.
Sem se prender a nenhuma critério oficial ou oficioso, os blogueiros externam livremente suas opiniões a respeito de tudo, na maioria das vezes de uma forma divertida e criativa.
Então, mãos à obra! Primeiramente para destacar a beleza dos catálogos das marcas mineiras, que têm se primado pelo profissionalismo e qualidade. Vejo com muita satisfação como essa área evoluiu. Mesmo quando optam por um caráter essencialmente comercial, as marcas optam por contratar profissionais entendidos do riscado, que vão criar imagens condizentes com os produtos e o perfil dos seus clientes.
Caso por exemplo de Rodrigo Polack, um cara pelo qual tenho profunda admiração, apesar de ter um único contato com ele em uma entrevista para o Estado de Minas. Rodrigo é jovem, antenado, tem um olho mágico para captar o que as marcas têm de melhor e produzir imagens instigantes e encantadoras, que falam do seu talento.
Caso do catálogo para a marca Skazi. Vale a pena ver o que ele fez nesta coleção, cuja palavra chave é a coordenação. As peças são fáceis de coordenar, as golas imponentes e as estampas psicodélicas se juntam ao xadrez. Muito roxo, azul, grafite, verde, marrom e p&b em tafetá, algodão, jérsei e seda pura. O shape é soltinho, com volume.
Além de traçar um panorama do setor e destacar o trabalho de Tom Binns, o designer americano que vem se destacando na criação de acessórios enormes e maravilhosos, a palestrante falou sobre a importância dos blogs na atualidade. Ao contrário de alguns promotores de eventos que se negam a cadastrar blogs para a cobertura dos seus eventos, a palestante frisou que prestigia esses instrumentos como uma alternativa contemporânea e importante de discutir o mundo fashion.
Sem se prender a nenhuma critério oficial ou oficioso, os blogueiros externam livremente suas opiniões a respeito de tudo, na maioria das vezes de uma forma divertida e criativa.
Então, mãos à obra! Primeiramente para destacar a beleza dos catálogos das marcas mineiras, que têm se primado pelo profissionalismo e qualidade. Vejo com muita satisfação como essa área evoluiu. Mesmo quando optam por um caráter essencialmente comercial, as marcas optam por contratar profissionais entendidos do riscado, que vão criar imagens condizentes com os produtos e o perfil dos seus clientes.
Caso por exemplo de Rodrigo Polack, um cara pelo qual tenho profunda admiração, apesar de ter um único contato com ele em uma entrevista para o Estado de Minas. Rodrigo é jovem, antenado, tem um olho mágico para captar o que as marcas têm de melhor e produzir imagens instigantes e encantadoras, que falam do seu talento.
Caso do catálogo para a marca Skazi. Vale a pena ver o que ele fez nesta coleção, cuja palavra chave é a coordenação. As peças são fáceis de coordenar, as golas imponentes e as estampas psicodélicas se juntam ao xadrez. Muito roxo, azul, grafite, verde, marrom e p&b em tafetá, algodão, jérsei e seda pura. O shape é soltinho, com volume.
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