A Folha de São Paulo de hoje – 25 de julho – noticia a invasão de marcas estrangeiras no mercado brasileiro, ou seja, em São Paulo. Para quem não leu a reportagem do editor de moda Alcino Leite Neto, vai aí um resumo: o empresário italiano Renzo Rosso, dono da Diesel, abre sua maior loja no mundo – são 1 mil metros quadrados e quatro pavimentos - na rua Haddock Lobo. A matéria diz ainda que Marc Jacobs, Gucci e Hermes também aportam, brevemente, no Brasil.
Em contrapartida, a Rosa Chá faz o processo inverso e ocupará 150 metros quadrados, no West Broadway, em Nova York, fazendo companhia a Carlos Miele, o único brasileiro, até então, a ter ponto de venda próprio na Big Apple. A inauguração oficial será em setembro e o local vai abrigar ainda o showroom da marca.
Ponto para Amir Slama, dono da grife, não só por ter apostado em um beachwear glamourizado, mas principalmente por ter sabido conduzir esse processo. Depois de desfilar em várias edições da São Paulo Fashion Week, o brasileiro abandonou a semana de moda paulista para investir em apresentações em Nova York, focando o mercado americano.
Para fortalecer a empreitada, vendeu parte da Rosa Chá para a poderosa Marisol, catarinense, numa sociedade em que ficou com 25%, e que possibilitou várias ações, entre elas a abertura de lojas franquiadas em Miami, Lisboa e Istambul, na Turquia.
Um trabalho árduo, que começou no final dos anos 1980. Amir, formado em História, deu aulas, foi garçom e barman até que recebeu de herança do pai quatro máquinas e alguns rolos de lycra, com os quais deu início a uma confecção de roupas de ginástica, com a ajuda da mulher Riva.
O primeiro desfile da grife foi realizado em 1997, na III Semana Barra Shopping, no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Um fato me vem à cabeça: em uma das edições do evento, realizada em tendas montadas no Jockey Clube carioca, caiu um temporal, que abalou as frágeis construções de náilon.
Cada participante lutava para salvar suas roupas, entre elas a estilista mineira Mabel Magalhães. De repente, chegou um jovem simpático e prestimoso oferecendo para ajudá-la. Era Amir Slama, que já havia recolhido as suas peças, e vinha socorrer a colega.
Esse mesmo Amir, que, passados os anos, continua simpático e humilde, e parte para a conquista definitiva de Nova Iorque. Que tenha sucesso!
PS – A Rosa Chá voltou a desfilar na SPFW em junho, apresentando suas primeira coleção exclusivamente masculina. Com direito a nudismo de modelo sarado na passarela
Nenhum comentário:
Postar um comentário