Carlos Miele estará em Belo Horizonte na quarta-feira para inaugurar uma loja no segundo piso do Diamond Mall, em Belo Horizonte. A esta altura do campeonato, todo mundo sabe quem é Carlos Miele, o brasileiro que conquistou as passarelas internacionais, recebe críticas positivas de gente poderosa como a jornalista inglesa Suzy Menkes e conquistou amigas célebres, que desfilam com seus modelitos por locais glamourosos do planeta.
Conheci o polêmico Carlos Miele na época do Morumbi Fashion Brasil, atual São Paulo Fashion Week, quando ele mostrava suas roupas pela M. Officer. O evento era pequeno, havia coletivas com os designers durante café da manhã, no Sofitel Hotel, onde nos hospedávamos. E ele sempre comparecia com suas novidades intelectualizadas.
A gente não compreendia bem, naquela época, as propostas arrrojadas do estilista em seus desfiles performáticos, que envolviam multilinguagens. Ele misturava moda com outras expressões artísticas como música, fotografia, vídeos, esculturas, arquitetura, instalações.
Nelson Leirner, Cabelo, Tunga, Naná Vasconcelos, Arthur Omar, Hermeto Paschoal, Zé Cabaleiro foram alguns dos artistas participantes dessas performances. Miele falava de cultura indígena, de negros, de deficientes físicos, em um tempo – 12 anos atrás - em que a inclusão social estava de cueiros, era algo novo no Brasil. Lembro-me de que em uma dessas apresentações, a estrela era o modelo Ranimiro Lotufo, que havia perdido uma perna em um acidente e desfilava com sua prótese à vista.
Naquele início da moda brasileira, Miele já lançava tecidos inteligentes, tecidos líquidos, tecidos anti-térmicos, tecidos com memória, que incluía fios metálicos em sua composição. Como o do tricô mostrado no último Fashion Rio pela Coven, que fez sensação. Mas investia também no artesanato, no crochê, no patchwork, nos fuxicos produzidos pela Coopa Roca, a cooperativa de mulheres da favela da Rocinha, que depois virou cult. Esses detalhes eram a sensação das coleções da M. Officer. Ele era mais preocupado com a tecnologia, com o futuro, do que com a própria modelagem das roupas que, invariavelmente, não mudava muito.
A gente, mesmo os mais jornalistas mais experimentados, estava acostumada com aqueles desfiles certinhos, roupinhas na tendência, a maioria copiada do exterior, tudo dentro de uma fôrma. Uns adoravam a coragem de Miele; outros tinham verdadeiro horror àquelas performances.
LÁ FORA
Pois é. Miele saiu da São Paulo Fashion Week, brigou com Paulo Borges, o organizador da semana de moda, trocou farpas via imprensa com jornalistas renomadas. E foi desfilar lá fora, primeiro em Londres, onde fez sucesso explorando o sincretismo religioso – chegou a montar um altar para Iemanjá dentro de uma igreja londrina -, depois em Nova York, apostando nos mesmos fuxicos, agora sofisticados, marca registrada do seu trabalho, nos mesmos patchworks, os crochês, enfim tudo que é a cara do Brasil.
Abriu loja no Meetpacking District, em NovaYork, em Paris, e, agora, mais recentemente, no shopping Cidade Jardim em São Paulo – por sinal, um espaço maravilhoso. Criou uma segunda marca – a Miele – com preços mais acessíveis – mas, nem tanto assim – e chega a Belo Horizonte pelas mãos de Cláudia Pimenta, dona da Clô. Por sua vez, uma das lojas mais “in” da cidade.
Claudinha, como Miele, é corajosa, gosta de experimentar, de testar, tem um pool de marcas de primeira. A torcida é para que o povo bacana de Belô, que tem dinheiro para comprar roupa cara e bonita, faça jus ao empenho da moça de trazer para cá a internacional Carlos Miele. A gente fica torcendo para que dê certo.
Conheci o polêmico Carlos Miele na época do Morumbi Fashion Brasil, atual São Paulo Fashion Week, quando ele mostrava suas roupas pela M. Officer. O evento era pequeno, havia coletivas com os designers durante café da manhã, no Sofitel Hotel, onde nos hospedávamos. E ele sempre comparecia com suas novidades intelectualizadas.
A gente não compreendia bem, naquela época, as propostas arrrojadas do estilista em seus desfiles performáticos, que envolviam multilinguagens. Ele misturava moda com outras expressões artísticas como música, fotografia, vídeos, esculturas, arquitetura, instalações.
Nelson Leirner, Cabelo, Tunga, Naná Vasconcelos, Arthur Omar, Hermeto Paschoal, Zé Cabaleiro foram alguns dos artistas participantes dessas performances. Miele falava de cultura indígena, de negros, de deficientes físicos, em um tempo – 12 anos atrás - em que a inclusão social estava de cueiros, era algo novo no Brasil. Lembro-me de que em uma dessas apresentações, a estrela era o modelo Ranimiro Lotufo, que havia perdido uma perna em um acidente e desfilava com sua prótese à vista.
Naquele início da moda brasileira, Miele já lançava tecidos inteligentes, tecidos líquidos, tecidos anti-térmicos, tecidos com memória, que incluía fios metálicos em sua composição. Como o do tricô mostrado no último Fashion Rio pela Coven, que fez sensação. Mas investia também no artesanato, no crochê, no patchwork, nos fuxicos produzidos pela Coopa Roca, a cooperativa de mulheres da favela da Rocinha, que depois virou cult. Esses detalhes eram a sensação das coleções da M. Officer. Ele era mais preocupado com a tecnologia, com o futuro, do que com a própria modelagem das roupas que, invariavelmente, não mudava muito.
A gente, mesmo os mais jornalistas mais experimentados, estava acostumada com aqueles desfiles certinhos, roupinhas na tendência, a maioria copiada do exterior, tudo dentro de uma fôrma. Uns adoravam a coragem de Miele; outros tinham verdadeiro horror àquelas performances.
LÁ FORA
Pois é. Miele saiu da São Paulo Fashion Week, brigou com Paulo Borges, o organizador da semana de moda, trocou farpas via imprensa com jornalistas renomadas. E foi desfilar lá fora, primeiro em Londres, onde fez sucesso explorando o sincretismo religioso – chegou a montar um altar para Iemanjá dentro de uma igreja londrina -, depois em Nova York, apostando nos mesmos fuxicos, agora sofisticados, marca registrada do seu trabalho, nos mesmos patchworks, os crochês, enfim tudo que é a cara do Brasil.
Abriu loja no Meetpacking District, em NovaYork, em Paris, e, agora, mais recentemente, no shopping Cidade Jardim em São Paulo – por sinal, um espaço maravilhoso. Criou uma segunda marca – a Miele – com preços mais acessíveis – mas, nem tanto assim – e chega a Belo Horizonte pelas mãos de Cláudia Pimenta, dona da Clô. Por sua vez, uma das lojas mais “in” da cidade.
Claudinha, como Miele, é corajosa, gosta de experimentar, de testar, tem um pool de marcas de primeira. A torcida é para que o povo bacana de Belô, que tem dinheiro para comprar roupa cara e bonita, faça jus ao empenho da moça de trazer para cá a internacional Carlos Miele. A gente fica torcendo para que dê certo.
(Na foto acima, Carlos Miele com a mulher Renata)
2 comentários:
Bacana o texto! beijos!
Olha só, a última onda na Gestão do Conhecimento é contar historias!! É assim que as pessoas vem transmitindo umas as outras o conhecimento tácito que têm dentro de si...
E vc acertou em cheio na contação de historia...enxuto, interessante e moderno o que faz com que as pessoas leiam com vontade.
Chique viu!!!
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